O Rio de Zuenir
No começo desse ano, um pouco antes de viajar para o Rio de Janeiro, um amigo me disse:
– Ninguém fica duas semanas no Rio sem ouvir um barulho de tiro.
Não pensei mesmo que fosse assim.
E nas duas semanas ouvi os tais tiros.
O que me diziam do Rio não era só violência.
Passei a temporada lá tentando pensar nas coisas boas da cidade.
Há muitas delas. Não tão visíveis para quem vem de fora e assiste os tiroteiros e mortes na televisão. O rio já foi cidade maravilhosa, hoje ela é o medo.
E tudo é medo.
Para alguns cidade perdida.
Não fiquei na Tijuca e não conheci o Leblon. Andei por Ipanema, Copacabana, Lapa, Gávia e Botafogo. E o medo para que não é do Rio chega a ser irracional. Mesmo na irracionalidade, São Paulo parece o céu.
A violência do Rio é tema do filme brasileiro Era uma Vez de Breno Silveira. O subtítulo, ” Uma história de amor numa cidade partida”, faz referência ao livro de Zuenir Ventura – Cidade Partida. Um amor de Romeu e Julieta em um mundo que não é conto de fadas.
A favela é parte da cidade.
A cidade não vê a favela.
E o filme pergunta: O Rio tem jeito?
O mundo tem?
Não é o Rio. Não é a cidade.
Se o homem é a cidade, o controle está com ele.
O descontrole também.
E afinal em uma realidade que poderia ser pessimista, a vontade de viver resiste.
É o otimismo.
Zuenir acredita na inclusão e não no otimismo babaca.
Não é a guerra, não é a segregação.
É o homem pelo homem. O novo olhar.
O encontro de todas as diferenças. Difícil….
E é preciso se incluir.
Breno Silveira é como Zuenir.
Uma cidade escura enquanto somos o que somos.
A transformação é interna.
Transforma-se a longo prazo no que queremos nos transformar.
A esperança de um novo Rio e um homem novo.
E o Soneto?
Vale chorar no post do filme tbm??>Lindo, lindo!>Vale mesmo é ver o filme e sonhar no melhor, querer o melhor…>Bjaoo Ter!
E não é que além de fazer uma bela edição em vídeo vc tbém tem um texto delicioso? Parabéns pelo prêmio e obrigado pelo comentário no blog, Clara! Abs