Vamos estender a discussão. Segue abaixo ótimo texto indicado por Alec Duarte, da Folha de São Paulo. O texto é da jornalista Ana Estela de Sousa Pinto, também da Folha. Editei para publicá-lo aqui. Vale a pena ler, segue:
Diploma não serve pra nada; o que importa é a formação
Vamos supor que no mês que vem o Supremo derrube o diploma obrigatório.
Isso quer dizer que os jornais vão preferir contratar quem não cursou jornalismo?
(…) nada vai mudar de uma hora para a outra.
Até porque, (…) ponha-se na pele do editor que está contratando: a não ser que seu jornal tenha uma estrutura de treinamento ou você esteja disposto a ensinar o beabá para sua nova “aquisição”, dificilmente vai preferir –dentre dois candidatos com a mesmo nível– o que não cursou jornalismo.
Isso não quer dizer que o diploma, em si, signifique algo. O que importa é a formação das pessoas. O que elas se mostram capazes de fazer. E o editor vai avaliar isso com um teste, uma entrevista, pela experiência prévia do sujeito ou por indicações (sim, é por isso que indicações funcionam: porque o cara tem algum indício a mais sobre a capacidade do candidato).
Vou repetir aqui: só empresas e editores muito burros querem contratar gente ruim para poder pagar menos. É dar tiro no pé. O que todo mundo quer é encontrar os garotos mais inteligentes, mais talentosos, mais interessados e com mais jeito pra coisa e vê-los brilhar, dar furos, ter novas e boas ideias, ousar, fazer barulho.
A maioria absoluta desses garotos está na faculdade de jornalismo hoje –até por uma questão de afinidade, de gosto pela profissão (tem gosto pra tudo, né?…).
Não vejo outra possibilidade de o diploma ser valorizado se não for através da obrigatoriedade do canudo para o exercício da profissão!
Mesmo concordando com boa parte das observações feitas pela Ana Estela, de certa forma, a não-obrigatoriedade banaliza um pouco o exercício do jornalismo. Qualquer pessoa alfabetizada pode requerer o registro para trabalhar na área (não sei se continua, mas era assim há alguns anos)…
Na Folha, a Elvira Lobato é favorável à exigência do diploma. Pedi a Ana que disponibilizasse opiniões de jornalistas (da Folha) que defendem a obrigatoriedade, já que ela nunca fez isso no blog (pelo menos eu não vi). Vamos ver…
O dono do jornal, Otávio Frias Filho, é um ferrenho defensor da não-exigência da formação superior.
Não sei até que ponto o posicionamento dele influencia os jornalistas da Folha.
PS: Gostei de ver que você corrigiu o “extender”.