Há um momento na vida do jornalista que em vez de noticiar, ele se torna a própria notícia.
Um amigo repórter está esta semana em Machu Pichu passando maus bocados, por causa das chuvas que alagaram a cidade. Ele não foi lá para trabalhar, foi para descansar após conhecer Buenos Aires, Montevidéo e até o Deserto do Atacama.
Consegui falar rapidamente com ele, já que o seu celular está sendo a única forma de contato com o Brasil e com a Embaixada Brasileira. Enquanto dizem para nós que helicópteros irão resgatar os turistas; para eles, não há previsão de volta. Também não há comida, abrigo e respostas para todos.
O Estadão publicou uma matéria sobre o assunto hoje tendo como fonte o próprio Victor, que é repórter da revista Época. No site da publicação, ele também deu o seu relato.
Não é uma situação fácil para quem está lá, mas para ele é como sentir algo a mais. Ainda mais por estar sendo um dos responsáveis por transmitir todas as notícias de lá para veículos da imprensa.
Em um dos seus textos, ele fala: “Não sei quando vamos conseguir sair daqui, a prioridade é para os idosos e para as crianças. Imagina tirar duas mil pessoas de helicóptero. O pior aqui é a tortura psicológica. Ninguém fala com clareza quando vamos sair”.
Uma oportunidade inesperada de vivenciar a própria notícia.
Esperamos que ele e os demais brasileiros, voltem logo para a casa.