Há uma loucura na cidade de São Paulo quase obrigatória.
Uma loucura que está na dança maluca que o mendigo faz todos os dias ao lado da estação Consolação do metrô.
Seu eu pudesse dar um nome a ele, o chamaria de Pedro.
Todos os dias, Pedro sobe em uma lixeira de cimento que fica em cima da calçada, põe fones de ouvido maiores que suas orelhas e dança. Ele não tem nada. Nem roupas limpas, sapatos ou casa. Ele só tem a música que para quem vê de fora é um silêncio que se transforma em loucura. Seu cachorro, grande e gordo, desperta atenção pelos seus olhos azuis e pela raça vira-lata misturada com golden retriever.
O Pedro dança a manhã inteira como um louco, livre. Não precisa trabalhar, pagar contas e pegar metrô. Apenas dançar.
No ponto de ônibus, um deficiente visual se perde com o cão-guia que não encontra a faixa de pedestre e o confunde todo. Louco. Andar nesta cidade já é difícil enxergando, tentar fazer isso sem ver é quase insanidade.
Do lado direito da calçada um moço moreno, de óculos e cabelos grisalhos balbuciava palavras em inglês que no contexto não faziam o menor sentido. Por que ele age assim?
No meio disso tudo, eu e mais alguns milhares de paulistanos caminhamos falando sozinhos, carregando pastas, casacos, celulares e guardas-chuvas. Todos loucos, imaginando situações e vivendo diálogos que nunca irão acontecer.
Menina!
Me surpreendi com o sentimento que você coloca em seus textos!
Adorei seu blog! =)
Passarei por aqui sempre que puder,de hoje em diante!
Bjinhos
Tenha um bom final de semana! ***