Há muito tempo um filme não causava tanto alvoroço na vida amorosa de mulheres e homens.
É curioso a quantidade de mulher que entra na sala para ver o filme sozinha. E pensa e vive sua própria história. Curioso também é ver como os homens dessa mesma sala se assustam e se aborrecem da metade para o fim.
Poucos filmes me trouxeram uma sensação tão boa quanto esse.
“Filme de mulherzinha que não sabe o que fazer e sai viajando pelo mundo para gastar todo o seu dinheiro” – é o que dizem.
A mensagem do filme não é essa.
A viagem que a personagem de Julia Roberts faz pela Itália, Índia e Bali não foi o que mais me comoveu.
Ali ela fala do amor, do seu casamento perdido, dos seus namoros mal-resolvidos mas mais do que isso. Ela fala do sentimento que está dentro dela e que move tudo o que ela faz.
Da incerteza do comodismo e da falta de paz com ela mesma.
Este não é um filme destruidor de relacionamentos. É um filme de amor. e amor em todos os sentidos. Amor pelo o que fazemos e vivemos, pelo o que construímos todos os dias – com as pessoas, atitudes e vontades sinceras.
– Eu te amo.
(então me ame)
– Mas eu tenho saudades.
(então tenha saudades, me dê o sol, a chuva e mande tudo o que sentir de bom por mim pelo seu pensamento e energia)
A moça do filme não é exemplo de mulher bem-resolvida porque ninguém sana todas as dúvidas.
Afinal a vida só traz perguntas, as respostas nós é que inventamos.
Mas a personagem caminha, arrisca, fala. Ela tem vontade de ser feliz.
E a sensação de ter felicidade ou estar muito próximo dela, ninguém precisa nos mostrar.
A gente consegue sentir.
(e fazer o que é preciso)
Atravessiamo.
Eu estava la e me vi na Julia, viajando para o desconhecido, sem familia e amigos. Experiencia enriquecedora.
Qual a sua palavra, Clara?
“Afinal a vida só traz perguntas, as respostas nós é que inventamos.”
Você me silencia, sempre.
Clara, sou a Juliana que tb foi finalista no prêmio Jovem Jornalista do Estadão em 2008. Sempre leio seu blog e me identifico com vários textos. Um deles é este sobre o filme “Comer Rezar Amar”, o qual tb assisti sozinha e me emcionou. Um beijo!
Juliana, parabéns pelo prêmio e obrigada! Fico feliz que se identifique com os textos! Apareça sempre por aqui, beijocas :)
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Clarinha, acredita que ainda não vi esse filme?
Mas eu entendo completamente o que você escreveu. Sou viciadíssima em comédias românticas – mas das boas, não aquelas (tão) água com açúcar – porque esse tipo de filme sempre me faz pensar na minha própria história. O último desse gênero que realmente mexeu comigo foi O Amor Não Tira Férias. Acho lindíssimo!
Beijo
Nádia
Eu gosto muito desse também Nádia!! E não perca Comer Rezar Amar, entrou para a lista dos meus favoritos ;) smack, smack!
Assim com a literatura de Clarice Lispector, trata-se de uma obra direcionada especificamente para as mulheres. É um retrato da mulher contemporânea que precisa encontrar motivos que deem razão a vida. Só para finalizar, Julia Roberts está um arraso nesse filme.