Pegue um papel e uma caneta. Este aí mesmo que está do seu lado.
Agora escreva seu nome. Com-ple-to. Com aquela letra de mão que você já nem lembrava que existia.
Escreva. Vamos.
Como é o seu “a”?
Ele tem curvinha quando chega ao topo?
E o “c”? Ele fica sozinho ou você junta com a letra seguinte?
Você se lembra da sua letra? Do esforço que fazia para escrevê-la? Do capricho que despendia para formar as frases?
Se você escrever algo isso lembrará você? Você se lembra de você?
A sua digitação é direitinha, rápida, passa pelas redes em poucos segundos.
Você escreve e-mails de olhos fechados.
Mas como você é de verdade? Qual seria a espessura do seu filme preferido escrito à mão?
Quanto tempo levaria?
E os números? Como é o seu 2 ou o seu 10?
Eles combinam? São tortos? Quem é o seu número 1?
Legível?
O detalhe, o contorno. Como a luz reflete no seu texto de papel?
Será que você se lembra?
“Se você escrever algo isso lembrará você? Você se lembra de você?”
Só você é capaz de nos lembrar de que precisamos nos lembrar de nós.
Talento + sensibilidade = Clarinha!
Obrigado pela lembrança. Meu eu agradece e manda um beijo…
me perdi lendo seus posts, e em cada um eu queria comentar algo, mas aí ia ficar pedante demais. resolvi parar nesse aqui pq foi o que mais me chamou atenção. cronista bom é aquela que levanta um assunto que o leitor sempre pensou, mas nunca realizou. é aquele pensamento inconsciente, dorminhoco, que só acorda e toma forma quando o cronista entra em cena.
foi o que vc fez comigo nessa crônica.
parabéns pelos textos, dos mais fáceis e limpos, simples e sinceros que já li.
beijos
Que bonito! Obrigada Franca, me emocionei (muito) com seu comentário ;) beijos.