“O jovem é alegre, mas muito ansioso, não só porque teme não aproveitar o tempo mas também porque não admite a morte tanto quanto uma pessoa mais velha.
Eu tinha muito medo da morte. Quando garoto, achava o tempo todo que ia morrer. Se entrava num avião, achava que ele cairia. Sentia uma dor no joelho e achava que tinha um câncer terminal. Era um pânico permanente de que eu pudesse ser destruído. Agora, mais velho, não tenho isso. Perdi o medo de avião, por exemplo. Parece que a gente passa a acreditar mais na morte.
Quando somos novos, é quase inacreditável que vamos morrer. Na velhice, temos a noção de que é assim mesmo. A gente pensa: se a morte não chegou ainda, o negócio é aproveitar o momento que se está vivendo”.
Caetano Veloso, em entrevista para a edição de fevereiro da revista BRAVO!
*a foto é de leonália.
Porém, quando era mais novo, ele cantava com a Gal:
“Atenção
Tudo é perigoso
Tudo é divino maravilhoso
Atenção para o refrão
É preciso estar atento e forte
Não temos tempo temer a morte…”
É que o relógio se arrasta no pulso do jovem
e voa no do idoso…
Smack!
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