Alice e Jonas. Amigos de longa data.
Trabalho, mulheres, homens e cerveja. Tudo era assunto na mesa de bar.
– Ei Jonas, tava aqui pensando…
– No quê?
– Quando você está desempregado…. você vai atrás de um emprego, não vai?
– Ué, lógico. E tu não lembra daquela vez que fiquei 2 meses mandando currículo para empresas, igual a um maluco? Não sosseguei enquanto não me apareceu um trabalho.
– Hum…
– E?
– Pois é. As pessoas se esforçam para conseguir um emprego, certo? Como você disse, mandam currículo, pedem indicações, alopram e enlouquecem enquanto não arrumam algo pra fazer…
– E daí, Alice?
– Por quê a gente se esforça tanto no lado profissional e não despende do mesmo esforço no lado pessoal?
– No lado amoroso, você quer dizer?
– Isso. Porque a gente sempre batalha para conseguir um trabalho e não luta o suficiente para conhecer um amor satisfatório?
– Hum….mas e as tantas baladas que eu já fui? Bebedeiras e noitadas até de madrugada à procura de uma mulher que me ame?
– Ah, Jonas, para. Pensa comigo, vai. O lado profissional tá sempre em primeiro plano. No fundo, todo mundo sempre diz a mesma coisa quando se trata de amor: “melhor deixar as coisas acontecerem….”.
– E qual é o problema?
– Você por acaso “deixa as coisas acontecerem” quando está desempregado?
– Hum…não.
– Viu?!
– É…… verdade. As pessoas nunca colocam a o êxito da vida amorosa como um objetivo a ser alcançado. Encontrar alguém bacana é sempre uma ação que acaba sendo guiada pelo destino.
– Exato. Mas se o trabalho não é conduzido pelo destino, por que o amor haveria de ser?
– E o que você sugere? Enviarmos currículo para o cupido?
– Jonas! Eu não sei o que fazer. Só sei que a vida amorosa é importante também, poxa. Igualmente importante? Mais importante? Pode ser que sim. Então por que a gente, simplesmente, a deixa tão ao léu? Ao desejo dos óraculos, anjos e céus?
– Tá bem, Alice. Entendi. Então cancela essa cerveja que a gente vai tomar um vinho. Já está mesmo na hora de deixarmos de ser bons amigos. Eu sempre te achei bem bonita.
*Essa ilustração linda é da Anna Cunha.
Mandar currículo para o cupido é muito boa!
À medida em que a conversa segue, o papo de botequim evolui para papo de cerveja e termina em vinho filosófico. Mas se não trabalhar… Em péssimo italiano, há uma música que alerta “Chi non lavora, non fa l’amore…”
Hehehehehe. Fofa demais :D
;)
Fanfarrão esse Jonas, ein!
muito fanfarrão :)
Pode escrever sobreo que aconteceu com eles depois do vinho. Fiquei muito curiosa! SENSACIONAL O TEXTO!